A fenda lábio-palatina é uma malformação congénita que é caracterizada por uma alteração na gestação, que ocorre entre a quarta e sétima semana de vinda intrauterina. Esta alteração provoca uma fusão incompleta das estruturas da cavidade oral.
Os fatores que desencadeiam a esta alteração podem ser genéticos, medicamentosos, mecânicos e ambientais.
As fendas lábio-palatinas, consoante a sua classificação e estruturas envolvidas, levam a alterações/dificuldades, em várias áreas.
Na área da Terapia da Fala podem ocorrer alterações ao nível da alimentação, fala, voz e restantes funções do sistema estomatognático (respiração, deglutição e mastigação). Estas alterações também podem estar intimamente ligadas com erupção dentária.
Na fenda lábio-palatina é importante que se realize uma intervenção multidisciplinar com as diferentes especialidades que podem estar inerentes à reabilitação (cirurgia pediátrica, geneticista, ginecologia e obstetrícia, higiene oral, medicina dentária, nutrição, otorrinolaringologia, ortodontia, pediatria, psicologia e terapia da fala).
Na área da Medicina Dentária a avaliação e intervenção neste tipo de alteração é fulcral, tendo como principais objetivos:
- Avaliação das condições orais da criança;
- Orientação nos cuidados de saúde neo-natal;
- Higiene oral;
- Controlo da erupção dentária e evolução da condição oral, oro-funcional;
- Caracterização da maloclusão;
- Controlo do desenvolvimento dentário em geral após erupção completa dos dentes decíduos.
Na área da Terapia da Fala, o Terapeuta da Fala é o responsável por avaliar, diagnosticar e intervir nas funções:
- Amamentação;
- Funções do Sistema estomatognático (Respiração, Fala, Mastigação e Deglutição);
- Estruturas da motricidade oro-facial (mobilidade do tónus muscular);
- Função do esfíncter velo faríngeo (insuficiência ou incompetência velo faríngea);
A recessão gengival leva muitas vezes à exposição da da raiz de um dente. Esta exposição radicular pode originar hipersensibilidade dentária, comprometimento estético, dor à escovagem ou à mastigação entre outros problemas. Uma pequena intervenção plástica na gengival intitulada cirurgia de recobrimento radicular ajudará a reparar o defeito gengival e prevenir uma futura progressão da recessão.
No caso abaixo demonstrado foi realizada uma abordagem em túnel, com incisão intra-sulcular estendendo-se entre os 4 dentes incisivos inferiores. Posteriormente, um enxerto de tecido conjuntivo, removido do palato, foi posicionado e estabilizado no local da recessão. Na avaliação pós-operatória verificou-se o desaparecimento do defeito gengival e um recobrimento radicular superior a 90%.
A mucocele é uma lesão benigna e comum da mucosa oral, resultante da ruptura de um ducto da glândula salivar e extravasamento do conteúdo salivar para os tecidos adjacentes. Mesmo após esse rompimento a glândula salivar continua a secretar. Geralmente esse rompimento é resultante de um trauma local.
Características clínicas :
-Cor rosada ou azulada;
-Tamanho variado de alguns milímetros até 2 centímetros de diâmetro;
-Acometem principalmente crianças e adultos jovens;
-Afetam igualmente homens e mulheres;
-Local mais comum é o lábio inferior, sendo as glândulas salivares menores mais propensas ao rompimento, principalmente por mordidas acidentais nessa região. Podem também ser encontradas nas bochechas, no pavimento da boca e na língua;
-Raramente ocorrem no labio superior;
-Podem romper-se periodicamente e libertar o seu conteúdo fluído;
-Quando se rompem deixam úlceras rasas dolorosas que cicatrizam em poucos dias;
-Recidivas são comuns.
Tratamento:
Algumas mucoceles superficiais rompem-se e cicatrizam sozinhas. No entanto, muitas lesões são de natureza crónica, e a excisão cirúrgica com anestesia local é necessária. Para minimizar o risco de recidiva é importante que as glândulas salivares adjacentes também sejam removidas.
Existem lesões neoplásicas que se assemelham clinicamente com a mucocele. Por isso é fundamental que a lesão seja submetida a um exame histopatológico.
As lesões de carie não são mais do que a progressiva destruição dos dentes. Estas podem surgir em qualquer individuo e em qualquer altura da vida. No entanto, existem pessoas mais suscetíveis que outras. Por norma, estão associadas a maus hábitos de higiene oral, surgindo nas camadas mais superficiais do dente e propagando-se, mais rápido ou mais devagar, para as camadas mais profundas. Na base do processo de formação da carie está a acumulação de restos alimentares na superfície dentária (ver imagem nº1 da figura) que as bactérias utilizam para produzir ácidos que, por sua vez, destroem os tecidos dentários (ver imagens nº2, 3 e 4 da figura).
“Como é possível ter caries se nenhum dente me dói?” É comum pensar-se que apenas existe uma carie quando algum dente começa a doer, no entanto isto não é verdade. Muitas vezes, as cáries só provocam dor dentária quando já estão em fases bastante avançadas, próximas ou já em contacto com o nervo do dente.
Assim sendo, é importante que saiba que esta patologia pode ser silenciosa e provocar graves danos nos dentes se não diagnosticada precocemente. Em última instância, a carie pode estar de tal forma avançada que é necessário desvitalizar o dente, ou mesmo extrair. Para evitar que tal aconteça, é muito importante fazer consultas de higiene oral (onde é feito um check-up dentário) com a regularidade mínima de 2 vezes por ano. Desta forma, é possível diagnosticar as caries precocemente e tratar com métodos minimamente invasivos.
Não se esqueça, pode ter caries na sua boca e não saber! Por isso, consulte o seu médico dentista e higienista oral regularmente, para poder ter a certeza que a sua boca esta saudável!