Cancro Oral - Importância da Prevenção e Diagnóstico Precoce
O cancro oral é definido pela Organização Mundial de Saúde como um conjunto de tumores malignos que afectam qualquer dos tecidos da cavidade oral, estendendo-se dos lábios à garganta (incluindo as amígdalas e a faringe).
Os carcinomas da cavidade oral podem manifestar-se como uma mancha, de cor variável, geralmente branca ou avermelhada, uma massa mais ou menos endurecida ou uma úlcera que não cicatriza. A maior parte das lesões são indolores na sua fase inicial, podendo tornar-se progressivamente dolorosas.
São exemplo de sinais e sintomas: úlceras persistentes, áreas endurecidas, lesões que não cicatrizam, dor, parestesia (perdas de sensibilidade), disfagia (dificuldade em deglutir), lesões brancas e vermelhas, linfadenopatia (gânglios linfáticos aumentados).
O carcinoma da cabeça e pescoço é o 6º cancro mais comum em todo o mundo e corresponde a cerca de 2.8% de todos os cancros. O cancro oral é mais frequente nos homens, acima dos 45 anos de idade, aumentando consideravelmente até aos 65 anos.
O cancro oral está, portanto, fortemente associado a um estilo de vida menos saudável, em que o consumo de tabaco e o álcool são os principais factores de risco no desenvolvimento do cancro oral. O fumo do tabaco está relacionado com diversas transformações na mucosa oral e tem um efeito carcinogénico directo a nível celular.
Calcula-se que 8 em cada 10 doentes diagnosticados com cancro oral consumam ou tenham consumido tabaco, tendo estes doentes um risco 5 a 7 vezes superior de desenvolverem cancro oral quando comparados com não fumadores.
Apesar dos avanços ocorridos nos últimos anos no diagnóstico e tratamento do cancro oral este continua a ter uma taxa de mortalidade bastante elevada. Estima-se que cerca de 6 em cada 10 doentes de cancro oral morram nos 5 anos após a data do seu diagnóstico. O insucesso parece estar ligado ao facto de grande parte dos casos não serem diagnosticados atempadamente.
A prevenção do cancro oral passa por:
- adopção de um estilo de vida saudável;
- cessação do consumo de tabaco;
- diminuição do consumo de álcool;
- visitas regulares ao médico dentista que permitam que tais lesões sejam diagnosticadas nas suas fases mais precoces.
Na consulta de rastreio de cancro oral o médico dentista procede a um exame visual de todas as estruturas orais (lábios, língua, gengivas, palato, bochechas, pavimento da boca, etc.) bem como das estruturas anexas à cavidade oral (ex.: glândulas salivares, pescoço). A palpação das estruturas orais e peri-orais é também efectuada para detectar eventuais aumentos de volume e áreas endurecidas.
Podem ainda ser solicitados exames complementares de diagnóstico (ex.: radiografias, TAC, etc).
SABIA QUE?
- O cancro oral é o 6º cancro mais comum em todo o mundo;
- Os principais factores de risco são o tabaco e o álcool;
- Surge de uma forma assintomática, persistindo uma lesão por um tempo indeterminado;
- O índice de mortalidade do cancro oral é elevado;
- A chave para o seu tratamento é um diagnóstico atempado;
- O risco de desenvolver um cancro na cavidade oral diminui com os anos de cessação tabágica. Após 15 anos da cessação, o risco diminui consideravelmente;
- O seu médico dentista encontra-se numa posição privilegiada para contribuir no rastreio precoce e prevenção do cancro oral. Consulte-o regularmente, pelo menos 2 vezes por ano.
A solução está ao seu alcance – diagnóstico precoce através das consultas de rastreio com o seu médico-dentista, adopção de estilos de vida saudáveis e evitar o consumo de álcool e tabaco.